Como montar sua emissora livre
Uma rádio comunitária se faz em equipe. Junte o pessoal interessado, competente e responsável pela organização, operação e manutenção. Lembre-se que no começo tudo pode parecer difícil, (ninguém quer ser o pai de uma criança que ainda não nasceu, mas depois que ela nasce, todo mundo quer ser o seu padrinho) e poderá aparecer muitas pessoas interessadas em participar do projeto, e a maneira mais adequada para reger essa organização é através de uma ASSOCIAÇÃO CULTURAL E COMUNITÁRIA devidamente instituída com estatuto, diretoria e registro em Cartório Civil.
Montar uma Emissora requer muita dedicação e disponibilidade dos participantes. É preciso que cada um tenha plena consciência do que está fazendo e o que quer com isso. Instalem-se em local seguro, viável técnica e topograficamente. Lembre-se que quanto mais alta estiver a antena, maior será a possibilidade da ampliação do ráio de ação da rádio. Recomenda-se que a rádio trabalhe em local próprio ao seu funcionamento. Já vimos rádios serem instaladas em locais mais absurdos possíveis. Funcionam, mas costumam dar incômodos a própria operacionalidade do sistema.
Uma rádio costuma ser freqüentada a qualquer hora do dia e da noite dependendo do seu modo de atuação, portanto em residências familiares nunca foi um bom lugar para montá-la.
DISCOTECA
Cada componente da Rádio colabora com discos e fitas que dispõem. Para organizar o patrimônio de cada componente, pode se identificar cada disco ou fita com uma pequena etiqueta adesiva com o nome de seu proprietário.
FUNÇÕES
Distribuir as funções entre os componentes de acordo com a sua disponibilidade e aptidões.
OPERADOR: mexe tecnicamente a mesa de som durante a produção e transmissão de programas.
LOCUTOR: Lê noticias, notas, vinhetas e faz entrevistas , apresenta os programas.
REDATOR: escreve ou revisa tudo o que é dito através do locutor:
REPORTER DE CAMPO: busca as matérias e noticias aonde elas acontecem . Faz contatos e entrevistas;
MONITOR DX: ouve as transmissões à distância e informa ao operador a qualidade de gáudio diariamente ou em situações indispensáveis;
PROGRAMADOR MUSICAL ou DISCOTECÁRIO: seleciona as músicas da programação e os fundos musicais; organiza a discoteca e seu acervo.
Não confundir discotecário com operador
PRINCÍPIOS
Todos os componentes formam o "Conselho Editorial da Rádio". Devem se reunir periodicamente para decidir sobre os trabalhos e andamento da Emissora.
O Conselho Editorial deve sempre resguardar os princípios básicos de:
a- PARTICIPAÇÃO POPULAR: Toda a comunidade tem o direito de se manifestar na rádio. Esse direito deve ser preservado no próprio estatuto da emissora. Uma rádio comunitária que se presa possui uma equipe operacional, mas não tem dono.
b- LIBERDADE DE EXPRESSÃO: Todos tem o direito de se manifestar na rádio com as suas idéias e sua própria linguagem e sem censura desde que não se escondam no anonimato;
c- DESCOMPROMISSOS COM INTERESSES COMERCIAIS. Toda a informação deve ser livre de qualquer interesse que o prenda as formas e regras padronizadas pelo sistema.
Uma emissora comunitária não mantém vínculos com os interesses de gravadoras comerciais, seus lançamentos ou "paradinhas de sucessos" impostas pelas fábricas de discos ou emissoras comerciais. As emissoras comunitárias priorizam a produção cultural da região onde atua. Oferece oportunidade aos músicos, poetas, atores, escritores, artistas, cientistas e esportistas locais. Com isto, não queremos dizer que não devemos reproduzir os discos das gravadoras, mas quando o fizermos, é conveniente darmos os enfoques e informações culturais sobre os mesmos.
RELIGIÃO
As programações de cunho religioso, devem ser ECUMÊNICAS e a emissora deve ter a participação ampla de todas as tendências de consciência, não sendo ético qualquer forma de discriminação, desrespeito ou ataques aos demais credos, cultos ou mitos. Devemos lembrar também que o rádio não é altar, púlpito de pregações ou centros religiosos; que a emissora tem o papel de informar e não formar cidadãos sob este ou aquele cunho ou segmento religioso, devendo as entidades religiosas participarem com tempo igualitário com os demais segmentos de consciência restringindo-se às informações de suas comunidades
MANUTENÇÃO ECONÔMICA
Manter uma política de efetiva manutenção econômica para a rádio.
a- Promoção de festas com a colaboração de grupos musicais da região para a animação.
b- Venda de botons, camisetas e adesivos, trazem recursos financeiros e divulgam a rádio.
c- Bônus, rifas e bingos.
d- Anúncios publicitários para os pequenos comerciantes do bairro.
CUIDADOS JURÍDICOS
Dispor de efetivo contato com assessoria jurídica para trâmites burocráticos e legais. Ter conhecimento das Leis que regem as nossas garantias (falaremos disso numa próxima oportunidade)
COMUNICAÇÃO AUXILIAR
Procurar dispor de qualquer outros meios de comunicação integrando-os a rádio (PX, VHF, telefone, fax, Internet, caixa postal, Internet). Desta forma tanto a rádio tem noção de sua atuação quanto os ouvintes tem meios de participar mais efetivamente da programação.
PROGRAMAÇÃO BÁSICA
Organizar uma grade de programação com horários rígidos e regulares distribuídos entre os programadores.
Procure manter uma variedade na programação distribuindo uma grade de acordo com os horários de disponibilidade e o interesse do ouvinte.
Aqui vão alguma sugestões que poderão ser acrescidas de ideias e aptidões do próprio grupo.
a- Noticiários locais e regionais com análise - no período da manhã as pessoas ouvem rádio para saber das notícias e a hora certa.
b- Informativos de utilidade pública - devem acontecer durante toda a programação.
c- Musicais independentes e alternativos, com músicos e artistas da região - é uma boa sujestão para os finais de semana a noite.
d- Musicais diversos e discografias - é um bom programa para as tardes de sábado.
e- Roteiros culturais: programação cultural da cidade - este programa é recomendado para as sextas feira as 18 horas, quando o ouvinte se prepara para o fim de semana.
f- Poesia, trova, repente, teatro - poderá ser um programa noturno nos dias de semana, ou nas tardes - Vamos lembrar das rádio-novelas que acompanhavam a vida de muitas mulhers no passado.
g - Rádio Popular: A participação da população no rádio com reivindicações, críticas, opiniões, propostas através de cartas, telefonemas, gravações, ou vivo da rua, etc.
h - Rádio Revista - Programa diário com quadros variados - programa bom para se apresentar das 9 horas até meio-dia.
Quanto mais regularidade tiver a programação, mais estará se alcançando os objetivos de audiência. Mesmo que não se vá ao ar efetivamente, devemos cumprir as programações prometidas aos ouvintes com pontualidade.
MONTAGEM TÉCNICA
Aparelhagem
Uma Emissora Comunitária requer equipamentos adequados, é bom que os mesmos estejam em boas condições de conservação e funcionamento. Há a necessidade de se usar mixers (mesa de som) própria para o serviço de radiodifusão. Muita gente, por desinformação acaba comprando mesas de som para conjunto musical, só porque tem um monte de canais. Esse é o maior erro, pois as mesas mixers para sonorização de bailes ou conjuntos musicais, por maior que sejam, não dispõe dos recursos necessários à operação radiofônica. Um mixer para rádio deve ter entradas estereofônicas e não apenas saídas stereo. Deve ter monitoração (CUE) independente para cada par de linhas e opcional simultâneo a todas que estão em operação A mesa mais adequada para esse serviço, experimentada e aprovada por mim e por vários companheiros usuários é a GEMINI mod. PS-727. Ela possui 4 canais divididos em 8 linhas pares (Stereo) para serem usadas definitivamente com os periféricos (toca-discos, deck, CD Players, MD) e mais 3 outras linhas mono, que poderão ser usadas com microfones, telefone ou ainda como entrada de processador de linhase não outro modelo.
Falando em Processador de linhas, este é o mais adequado meio de se instalar microfones e outras entradas de comunicação no mixer. O processador de linhas, equaliza, comprime e nivela corretamente os sinais de microfones antes de serem mixados na mesa. Além do que facilita bastante a operação final, oferecendo possibilidade até de se transmitir um conjunto musical inteiro ao vivo do estúdio. O processador mais indicado, é o ONIX mod. MM-800.
Os periféricos (toca-discos, CDs, Decks, MD...) devem ser de boa procedência e de preferência profissionais, uma vez que estes equipamentos terão um uso mais contínuo do que os fabricados exclusivamente para uso doméstico. Muitas vezes são utilizados equipamentos domésticos, até de boas marcas, por uma questão econômica, mas verão que as despesas com a manutenção e as interrupções provocadas acabam por não compensar seu baixo custo.
EQUIPAMENTOS
2 CDs Players GEMINI mod. CD-4700
1 ou 2 Tape decks (SANSUI DX)
1 Toca-discos - (GEMINI DB-10) basta um, pois os vinis estão com os dias contados
1 Processadora de linhas (ONIX MM-800)
1 mesa de som processadora de periféricos (GEMINI PS-727)
2 ou 3 microfones de boa qualidade (SM-58)
1 sintonizador para monitoração - melhor se for de sintonia digital e stereo
1 transmissor FM homologado, industrializado e de procedência confiável
1 antena devidamente construída e calibrada
Se o grupo tiver possibilidade, recomenda-se o uso de MiniDisc Record (MDR), pois facilitará bastante a veiculação das vinhetas da rádio.
TRANSMISSOR E ANTENA
O transmissor e a antena são respectivamente o coração e a cabeça do sinal irradiado. Devem ser de procedência confiável e imprescindível que sejam industrializados por uma empresa idônea e reconhecida no mercado com tecnologia de ponta, que possa confiar garantia de funcionamento, assistência técnica, além do que seu projeto não pode ser um protótipo experimental de bancada de escola. Digo isso por que já vimos muitos colegas despenderem gastos e terem problemas técnicos seríssimos sem terem com quem soluciona-los. Por ocasião da proliferação das emissoras de baixa potência, surgiram repentinamente muitos curiosos de plantão com projetos mirabolantes, mas sem nenhum recurso técnico para montá-los devidamente. Seus transmissores tem provocado inúmeros problemas de interferências, causando até uma péssima imagem no movimento, além do que, nem sempre oferecem garantias de funcionamento nem qualidade de estabilidade e filtragem adequada para receberem uma homologação. Portanto, procurem saber da procedência do equipamento de transmissão e antena ao adquiri-los.
Recomenda-se que o transmissor seja instalado o mais próximo possível de sua antena, pois quanto maior for o cabo coaxial que liga o transmissor a antena, maior será a perda de potência irradiada, sabendo-se que ambos devem ficar situados em lugar ALTO E ABERTO, como no alto de algum edifício localizado no centro da área a ser atingida, ou no topo de alguma montanha próxima da região. Se as instalações nessas condições não forem possíveis, recomenda-se então uma antena direcional ou de melhor ganho. Quanto ao equipamento de produção de áudio, devem ser instalados em local onde oferece alguma condição de silêncio para que não haja interferências ruidosas durante as gravações e transmissões por microfone.
INSTALAÇÃO DO MASTRO E ANTENA
Como já dissemos, a antena é um dos componentes mais importantes do sistema de transmissão. Sua instalação deve ser feita de maneira precisa e robusta para proporcionar um bom rendimento e agüentar vento forte e chuva.
Procure instalar a antena sobre um mastro rigidamente fixado no local mais alto do imóvel. Existem duas maneiras de se fixar uma antena: Podemos fazê-lo através de torre ou de mastro.
A torre costuma ser (quando viável) a maneira mais segura para se instala a antena, mas isto não quer dizer que os mastros também não possuem suas qualidades. Numa torre, podemos instalar mais de uma antena, ou até mesmo o pára-raios, além de denotar num acabamento mais sólido. Nos altos dos edifícios,.a antena poderá ser instalada num simples mastro de 3 metros altura.
Ao instalar a torre em imóveis térreos, faça-o sobre terreno firme e plano. Faça alicerces de alvenaria para sustentação da mesma. Recomenda-se que quanto mais alta for a torre, mais profundo deverá ser esse alicerce, no mínimo um quarto do tamanho da torre de profundidade. Isso quer dizer se sua torre possui 10 metros de altura, o alicerce deverá ter ao menos 2,5 metros de profundidade.
Além do alicerce, devemos também prever para a torre os estirantes de sustentação. Calcule um jogo de três estirantes a cada 6 metros de torre. Assim se sua torre possuir 18 metros, ela deverá ter três jogos de estirantes.
Quanto aos estirantes, devemos prever também os seus respectivos pontos de fixação. Recomenda-se que esses estirantes formem um ângulo mínimo de 30 graus em relação ao eixo da torre. o ideal seria que tivesse de 35 a 60 graus. Isso tudo, depende do tamanho do terreno que se dispõe para as instalações. Nos pontos onde se fixa os estirantes no chão, devemos cuidar para que tenha razoável condição de firmeza. É conveniente que se chumbe um moerão no local onde irá se fixar esses estirantes.
Quanto ao pára-raios, procure instalar no mínimo 2 metros acima da antena e um metro longe do seu eixo, pois só assim poderá se garantir sua eficiência.
MASTRO
O mastro costuma ser mais barato e prático para se instalar, mas devemos fazê-lo com todo o cuidado. Da mesma forma como a torre, devemos prever uma base de sustentação também segura.
Existem duas maneira de se fixar um mastro. Uma é através de uma parede. a outra é através de uma base no chão. Mas lembre-se que nas duas maneiras, devemos cuidar também dos estirantes, assim como se faz na torre.
Fixar um mastro na parede
Fixe com abraçadeiras metálicas um cano de ferro que supere a altura máxima do imóvel a um nível superior a três metros. Lembrando que quanto mais alta estiver sua antena, melhor será seu rendimento. Para manter o mastro seguro de ventanias e de forma firme, prenda-o com estirantes de aço a cada três metros do cano.
É muito importante que a antena esteja no mínimo a mais de 3 metros acima dos telhados e obstáculos que a circulam, pois sé assim teremos segurança de que não haverá nada para as ondas transporem para sua propagação, além do que esta é a altura mínima e conveniente parta que a onda seja irradiada pela antena e alcance o horizonte.
INSTALAÇÃO DO CABO NA ANTENA
Quanto à instalação dos terminais do cabo coaxial à antena, observe com cuidado a limpeza de seus elementos. O uso de uma lixa comum nas partes de contato, limpa possíveis camadas de oxidação, tanto nos terminais do cabo, quanto no alumínio dos elementos.
Procure parafusá-los firmemente com arruelas de estrias junto aos terminais, parafusos de latão e arruelas de pressão junto à porca.
Observe a correta polarização do cabo nos elementos da antena, ou seja: o positivo (núcleo do cabo) no elemento superior e o negativo (malha do cabo) no elemento inferior. Muito cuidado; Verificando sempre se não há curto-circuito ou mal contato nas soldas do conector, pois isso dependerá a segurança do transmissor.
Após esta operação, pinte-os com tinta esmalte nos pontos críticos da oxidação. Faça em seguida uma bandagem com fita "TEFLON" sobre os terminais e os isoladores e uma outra camada de fita de auto-fusão. Prenda o cabo junto ao mastro com fita de auto fusão, desça-o verticalmente até alcançar o transmissor. Evite o acúmulo ou sobra de cabo enrolado para não provocar a chamada "realimentação" que causa desajustes técnicos na transmissão.
Antes de erguer a antena, certifique-se da adequada Relação de Onda Estacionária (ROE), pois se a antena não estiver devidamente calibrada, pode além de causar incalculáveis interferências, provocar baixo rendimento e até queimar o transmissor.
ESTÚDIO
A instalação de estúdio requer cuidados específicos exigidos de uma emissora de seu porte. No entanto deve oferecer a possibilidade de obtenção de bons resultados tanto na qualidade do som como no raio coberto pela emissora.
O estúdio poderá ocupar uma área de 9 a 12 m2 que poderá ser dividida em: gaiola de locução, cabina de controle técnico e cabina de rádio transmissão. Tudo isso em lugar de boa ventilação para melhor refrigeração dos equipamentos.
Na verdade, o que observamos ultimamente é que estão surgindo muitas emissoras comunitárias que desprezam a instalação de cabinas e gaiolas, e está apresentando bons resultados e diminuindo consideravelmente os custos de montagem, mas aqui vai algumas orientações para quem quer montá-las.
GAIOLA DE LOCUÇÃO: Deve ter isolamento acústico, iluminação de filamento (lâmpada comum de 60 W), ventilação, mesa que comporte até três pessoas, visão para a cabina de controle técnico, piso atapetado ou acarpetado e área aproximada de 4 m2.
CABINE DE CONTROLE TÉCNICO: Não precisa de isolamento acústico, mas deve ter boa ventilação, iluminação de filamento e espaço suficiente para o operador e equipe de produção se mobilizarem durante os trabalhos numa área de 5 a 8m2. Esta cabina pode dispor de uma cadeira giratória, mesa que comporte os equipamentos de áudio, mesa para a produção (3 pessoas) prateleiras de aço para discos.
ABRIGO DO TRANSMISSOR: Não é conveniente que o transmissor esteja próximo a cabina de controle técnico, pois pode causar interferências (RAMI) no sistema de áudio da rádio. Recomenda-se que o transmissor fique numa outra sala separada para evitar essas interferências.
O conjunto de cabina de controle técnico, gaiola de locução e abrigo do transmissor podem ser montados com divisórias de madeiras e /ou revestidas com material acústico nas paredes e no teto.
Deve-se tomar cuidado na escolha da mesa e cadeiras da gaiola de locução, para que não sejam barulhentas, não se esquecendo que a mesa requer forro de pano para abafar ruidos desagradáveis.
Recomenda-se a instalação desse sistema em imóvel que disponha de linha telefônica para melhor informação e operação dos serviços.
INSTALAÇÕES
Para fazer a instalação e manutenção, procure ter entre os participantes um técnico de eletrônica de confiança habilitado em radiofreqüência. Procure fazer as instalações de maneira perfeita, prática e o mais definitiva possível. É muito desagradável trabalhar no meio de um monte de fios e cabos espalhados pôr todos os lados ou de maneira confusa e provisória. Isso diminui sensivelmente a operacionalidade do sistema.
Eventualmente há necessidade de se calibrar os equipamentos e se estiverem mal instalados podem causar problemas até mesmo no meio de uma produção ou transmissão.
Recomenda-se extrair do quadro de luz uma alimentação elétrica independente dos demais cômodos do imóvel, mas caso isso não seja possível pode-se então utilizar um estabilizador de voltagem e um filtro de linha nas tomadas do equipamento.
As tomadas de energia elétrica, devem ter sua fiação embutida. Os plugs devem estar bem conectados. Cabos sem emendas, mesa bem posicionada, iluminação, discoteca, arquivos, tudo deve estar muito bem planejado e distribuído de maneira funcional, levando-se em conta os projetos que se preocupam com a ergometria.
Providencie 3 aterramentos independentes e distantes um do outro, sendo um para os equipamentos de som, outro para o transmissor e outro para o para-raios.
Todo o sistema em funcionamento não consome mais que 600 Watts/Hora, equivalente a 6 lâmpadas de 100 W, mas recomenda-se que a fiação de alimentação elétrica seja n. 12 flexível.
DISTRIBUIÇÃO DOS EQUIPAMENTOS
Os equipamentos deverão ser distribuídos em uma mesa de operação técnica que deverá dispor de dimensionamento ergométrico, ou seja: os aparelhos deverão estar ao alcance das mãos de maneira confortável e operacional. A mesa terá o formato da letra "U" com 1,80 m de largura por 1,80 de comprimento (quadrada) e ainda terá um vão interno de 1 metro. Seu tampo deverá então ter 40 cm de largura. Terá também a altura máxima de 85 cm e mínima de 80, dependendo do porte médio dos seus operadores, porém nunca fora dessas medidas.
A distribuição dos equipamentos poderá seguir a seguinte ordem: -Toca Discos à direita, fica mais operacional,. Possibilita a visão das faixas e o posicionamento da agulha no disco.
- Mesa de Som e processadores de linhas ao centro. São equipamentos que podem ser operados com qualquer uma das mãos e sempre devem estar em posição de fácil visão durante o trabalho.
- Tape-Decks, CDs, MDR, à esquerda. Torna uma distribuição equilibrada e de fácil maneja.
- Sintonizador, Câmara de Eco, Equalizador, Compressor de áudio, recomenda-se que sejam instalados debaixo dos periféricos da esquerda.
- Fitas, Discoteca, arquivos. Atras do operador, de maneira que se possa ter acesso sem atrapalhar o serviço dos demais.
Obrigado por ascessar-nos e esteja sempre com a gente na luta pela Democratização da Comunicação e na informação livre.
Na próxima oportunidade estaremos trazendo outros temas referentes a instalação de emissora comunitária, como por exemplo os aspectos legais, técnicos e operacionais, equipamentos e até mesmo um capítulo especial sobre linguagem radiofônica em Rádio Comunitária com muitas dicas interessantes.
Uma rádio costuma ser freqüentada a qualquer hora do dia e da noite dependendo do seu modo de atuação, portanto em residências familiares nunca foi um bom lugar para montá-la.
DISCOTECA
Cada componente da Rádio colabora com discos e fitas que dispõem. Para organizar o patrimônio de cada componente, pode se identificar cada disco ou fita com uma pequena etiqueta adesiva com o nome de seu proprietário.
FUNÇÕES
Distribuir as funções entre os componentes de acordo com a sua disponibilidade e aptidões.
OPERADOR: mexe tecnicamente a mesa de som durante a produção e transmissão de programas.
LOCUTOR: Lê noticias, notas, vinhetas e faz entrevistas , apresenta os programas.
REDATOR: escreve ou revisa tudo o que é dito através do locutor:
REPORTER DE CAMPO: busca as matérias e noticias aonde elas acontecem . Faz contatos e entrevistas;
MONITOR DX: ouve as transmissões à distância e informa ao operador a qualidade de gáudio diariamente ou em situações indispensáveis;
PROGRAMADOR MUSICAL ou DISCOTECÁRIO: seleciona as músicas da programação e os fundos musicais; organiza a discoteca e seu acervo.
Não confundir discotecário com operador
PRINCÍPIOS
Todos os componentes formam o "Conselho Editorial da Rádio". Devem se reunir periodicamente para decidir sobre os trabalhos e andamento da Emissora.
O Conselho Editorial deve sempre resguardar os princípios básicos de:
a- PARTICIPAÇÃO POPULAR: Toda a comunidade tem o direito de se manifestar na rádio. Esse direito deve ser preservado no próprio estatuto da emissora. Uma rádio comunitária que se presa possui uma equipe operacional, mas não tem dono.
b- LIBERDADE DE EXPRESSÃO: Todos tem o direito de se manifestar na rádio com as suas idéias e sua própria linguagem e sem censura desde que não se escondam no anonimato;
c- DESCOMPROMISSOS COM INTERESSES COMERCIAIS. Toda a informação deve ser livre de qualquer interesse que o prenda as formas e regras padronizadas pelo sistema.
Uma emissora comunitária não mantém vínculos com os interesses de gravadoras comerciais, seus lançamentos ou "paradinhas de sucessos" impostas pelas fábricas de discos ou emissoras comerciais. As emissoras comunitárias priorizam a produção cultural da região onde atua. Oferece oportunidade aos músicos, poetas, atores, escritores, artistas, cientistas e esportistas locais. Com isto, não queremos dizer que não devemos reproduzir os discos das gravadoras, mas quando o fizermos, é conveniente darmos os enfoques e informações culturais sobre os mesmos.
RELIGIÃO
As programações de cunho religioso, devem ser ECUMÊNICAS e a emissora deve ter a participação ampla de todas as tendências de consciência, não sendo ético qualquer forma de discriminação, desrespeito ou ataques aos demais credos, cultos ou mitos. Devemos lembrar também que o rádio não é altar, púlpito de pregações ou centros religiosos; que a emissora tem o papel de informar e não formar cidadãos sob este ou aquele cunho ou segmento religioso, devendo as entidades religiosas participarem com tempo igualitário com os demais segmentos de consciência restringindo-se às informações de suas comunidades
MANUTENÇÃO ECONÔMICA
Manter uma política de efetiva manutenção econômica para a rádio.
a- Promoção de festas com a colaboração de grupos musicais da região para a animação.
b- Venda de botons, camisetas e adesivos, trazem recursos financeiros e divulgam a rádio.
c- Bônus, rifas e bingos.
d- Anúncios publicitários para os pequenos comerciantes do bairro.
CUIDADOS JURÍDICOS
Dispor de efetivo contato com assessoria jurídica para trâmites burocráticos e legais. Ter conhecimento das Leis que regem as nossas garantias (falaremos disso numa próxima oportunidade)
COMUNICAÇÃO AUXILIAR
Procurar dispor de qualquer outros meios de comunicação integrando-os a rádio (PX, VHF, telefone, fax, Internet, caixa postal, Internet). Desta forma tanto a rádio tem noção de sua atuação quanto os ouvintes tem meios de participar mais efetivamente da programação.
PROGRAMAÇÃO BÁSICA
Organizar uma grade de programação com horários rígidos e regulares distribuídos entre os programadores.
Procure manter uma variedade na programação distribuindo uma grade de acordo com os horários de disponibilidade e o interesse do ouvinte.
Aqui vão alguma sugestões que poderão ser acrescidas de ideias e aptidões do próprio grupo.
a- Noticiários locais e regionais com análise - no período da manhã as pessoas ouvem rádio para saber das notícias e a hora certa.
b- Informativos de utilidade pública - devem acontecer durante toda a programação.
c- Musicais independentes e alternativos, com músicos e artistas da região - é uma boa sujestão para os finais de semana a noite.
d- Musicais diversos e discografias - é um bom programa para as tardes de sábado.
e- Roteiros culturais: programação cultural da cidade - este programa é recomendado para as sextas feira as 18 horas, quando o ouvinte se prepara para o fim de semana.
f- Poesia, trova, repente, teatro - poderá ser um programa noturno nos dias de semana, ou nas tardes - Vamos lembrar das rádio-novelas que acompanhavam a vida de muitas mulhers no passado.
g - Rádio Popular: A participação da população no rádio com reivindicações, críticas, opiniões, propostas através de cartas, telefonemas, gravações, ou vivo da rua, etc.
h - Rádio Revista - Programa diário com quadros variados - programa bom para se apresentar das 9 horas até meio-dia.
Quanto mais regularidade tiver a programação, mais estará se alcançando os objetivos de audiência. Mesmo que não se vá ao ar efetivamente, devemos cumprir as programações prometidas aos ouvintes com pontualidade.
MONTAGEM TÉCNICA
Aparelhagem
Uma Emissora Comunitária requer equipamentos adequados, é bom que os mesmos estejam em boas condições de conservação e funcionamento. Há a necessidade de se usar mixers (mesa de som) própria para o serviço de radiodifusão. Muita gente, por desinformação acaba comprando mesas de som para conjunto musical, só porque tem um monte de canais. Esse é o maior erro, pois as mesas mixers para sonorização de bailes ou conjuntos musicais, por maior que sejam, não dispõe dos recursos necessários à operação radiofônica. Um mixer para rádio deve ter entradas estereofônicas e não apenas saídas stereo. Deve ter monitoração (CUE) independente para cada par de linhas e opcional simultâneo a todas que estão em operação A mesa mais adequada para esse serviço, experimentada e aprovada por mim e por vários companheiros usuários é a GEMINI mod. PS-727. Ela possui 4 canais divididos em 8 linhas pares (Stereo) para serem usadas definitivamente com os periféricos (toca-discos, deck, CD Players, MD) e mais 3 outras linhas mono, que poderão ser usadas com microfones, telefone ou ainda como entrada de processador de linhase não outro modelo.
Falando em Processador de linhas, este é o mais adequado meio de se instalar microfones e outras entradas de comunicação no mixer. O processador de linhas, equaliza, comprime e nivela corretamente os sinais de microfones antes de serem mixados na mesa. Além do que facilita bastante a operação final, oferecendo possibilidade até de se transmitir um conjunto musical inteiro ao vivo do estúdio. O processador mais indicado, é o ONIX mod. MM-800.
Os periféricos (toca-discos, CDs, Decks, MD...) devem ser de boa procedência e de preferência profissionais, uma vez que estes equipamentos terão um uso mais contínuo do que os fabricados exclusivamente para uso doméstico. Muitas vezes são utilizados equipamentos domésticos, até de boas marcas, por uma questão econômica, mas verão que as despesas com a manutenção e as interrupções provocadas acabam por não compensar seu baixo custo.
EQUIPAMENTOS
2 CDs Players GEMINI mod. CD-4700
1 ou 2 Tape decks (SANSUI DX)
1 Toca-discos - (GEMINI DB-10) basta um, pois os vinis estão com os dias contados
1 Processadora de linhas (ONIX MM-800)
1 mesa de som processadora de periféricos (GEMINI PS-727)
2 ou 3 microfones de boa qualidade (SM-58)
1 sintonizador para monitoração - melhor se for de sintonia digital e stereo
1 transmissor FM homologado, industrializado e de procedência confiável
1 antena devidamente construída e calibrada
Se o grupo tiver possibilidade, recomenda-se o uso de MiniDisc Record (MDR), pois facilitará bastante a veiculação das vinhetas da rádio.
TRANSMISSOR E ANTENA
O transmissor e a antena são respectivamente o coração e a cabeça do sinal irradiado. Devem ser de procedência confiável e imprescindível que sejam industrializados por uma empresa idônea e reconhecida no mercado com tecnologia de ponta, que possa confiar garantia de funcionamento, assistência técnica, além do que seu projeto não pode ser um protótipo experimental de bancada de escola. Digo isso por que já vimos muitos colegas despenderem gastos e terem problemas técnicos seríssimos sem terem com quem soluciona-los. Por ocasião da proliferação das emissoras de baixa potência, surgiram repentinamente muitos curiosos de plantão com projetos mirabolantes, mas sem nenhum recurso técnico para montá-los devidamente. Seus transmissores tem provocado inúmeros problemas de interferências, causando até uma péssima imagem no movimento, além do que, nem sempre oferecem garantias de funcionamento nem qualidade de estabilidade e filtragem adequada para receberem uma homologação. Portanto, procurem saber da procedência do equipamento de transmissão e antena ao adquiri-los.
Recomenda-se que o transmissor seja instalado o mais próximo possível de sua antena, pois quanto maior for o cabo coaxial que liga o transmissor a antena, maior será a perda de potência irradiada, sabendo-se que ambos devem ficar situados em lugar ALTO E ABERTO, como no alto de algum edifício localizado no centro da área a ser atingida, ou no topo de alguma montanha próxima da região. Se as instalações nessas condições não forem possíveis, recomenda-se então uma antena direcional ou de melhor ganho. Quanto ao equipamento de produção de áudio, devem ser instalados em local onde oferece alguma condição de silêncio para que não haja interferências ruidosas durante as gravações e transmissões por microfone.
INSTALAÇÃO DO MASTRO E ANTENA
Como já dissemos, a antena é um dos componentes mais importantes do sistema de transmissão. Sua instalação deve ser feita de maneira precisa e robusta para proporcionar um bom rendimento e agüentar vento forte e chuva.
Procure instalar a antena sobre um mastro rigidamente fixado no local mais alto do imóvel. Existem duas maneiras de se fixar uma antena: Podemos fazê-lo através de torre ou de mastro.
A torre costuma ser (quando viável) a maneira mais segura para se instala a antena, mas isto não quer dizer que os mastros também não possuem suas qualidades. Numa torre, podemos instalar mais de uma antena, ou até mesmo o pára-raios, além de denotar num acabamento mais sólido. Nos altos dos edifícios,.a antena poderá ser instalada num simples mastro de 3 metros altura.
Ao instalar a torre em imóveis térreos, faça-o sobre terreno firme e plano. Faça alicerces de alvenaria para sustentação da mesma. Recomenda-se que quanto mais alta for a torre, mais profundo deverá ser esse alicerce, no mínimo um quarto do tamanho da torre de profundidade. Isso quer dizer se sua torre possui 10 metros de altura, o alicerce deverá ter ao menos 2,5 metros de profundidade.
Além do alicerce, devemos também prever para a torre os estirantes de sustentação. Calcule um jogo de três estirantes a cada 6 metros de torre. Assim se sua torre possuir 18 metros, ela deverá ter três jogos de estirantes.
Quanto aos estirantes, devemos prever também os seus respectivos pontos de fixação. Recomenda-se que esses estirantes formem um ângulo mínimo de 30 graus em relação ao eixo da torre. o ideal seria que tivesse de 35 a 60 graus. Isso tudo, depende do tamanho do terreno que se dispõe para as instalações. Nos pontos onde se fixa os estirantes no chão, devemos cuidar para que tenha razoável condição de firmeza. É conveniente que se chumbe um moerão no local onde irá se fixar esses estirantes.
Quanto ao pára-raios, procure instalar no mínimo 2 metros acima da antena e um metro longe do seu eixo, pois só assim poderá se garantir sua eficiência.
MASTRO
O mastro costuma ser mais barato e prático para se instalar, mas devemos fazê-lo com todo o cuidado. Da mesma forma como a torre, devemos prever uma base de sustentação também segura.
Existem duas maneira de se fixar um mastro. Uma é através de uma parede. a outra é através de uma base no chão. Mas lembre-se que nas duas maneiras, devemos cuidar também dos estirantes, assim como se faz na torre.
Fixar um mastro na parede
Fixe com abraçadeiras metálicas um cano de ferro que supere a altura máxima do imóvel a um nível superior a três metros. Lembrando que quanto mais alta estiver sua antena, melhor será seu rendimento. Para manter o mastro seguro de ventanias e de forma firme, prenda-o com estirantes de aço a cada três metros do cano.
É muito importante que a antena esteja no mínimo a mais de 3 metros acima dos telhados e obstáculos que a circulam, pois sé assim teremos segurança de que não haverá nada para as ondas transporem para sua propagação, além do que esta é a altura mínima e conveniente parta que a onda seja irradiada pela antena e alcance o horizonte.
INSTALAÇÃO DO CABO NA ANTENA
Quanto à instalação dos terminais do cabo coaxial à antena, observe com cuidado a limpeza de seus elementos. O uso de uma lixa comum nas partes de contato, limpa possíveis camadas de oxidação, tanto nos terminais do cabo, quanto no alumínio dos elementos.
Procure parafusá-los firmemente com arruelas de estrias junto aos terminais, parafusos de latão e arruelas de pressão junto à porca.
Observe a correta polarização do cabo nos elementos da antena, ou seja: o positivo (núcleo do cabo) no elemento superior e o negativo (malha do cabo) no elemento inferior. Muito cuidado; Verificando sempre se não há curto-circuito ou mal contato nas soldas do conector, pois isso dependerá a segurança do transmissor.
Após esta operação, pinte-os com tinta esmalte nos pontos críticos da oxidação. Faça em seguida uma bandagem com fita "TEFLON" sobre os terminais e os isoladores e uma outra camada de fita de auto-fusão. Prenda o cabo junto ao mastro com fita de auto fusão, desça-o verticalmente até alcançar o transmissor. Evite o acúmulo ou sobra de cabo enrolado para não provocar a chamada "realimentação" que causa desajustes técnicos na transmissão.
Antes de erguer a antena, certifique-se da adequada Relação de Onda Estacionária (ROE), pois se a antena não estiver devidamente calibrada, pode além de causar incalculáveis interferências, provocar baixo rendimento e até queimar o transmissor.
ESTÚDIO
A instalação de estúdio requer cuidados específicos exigidos de uma emissora de seu porte. No entanto deve oferecer a possibilidade de obtenção de bons resultados tanto na qualidade do som como no raio coberto pela emissora.
O estúdio poderá ocupar uma área de 9 a 12 m2 que poderá ser dividida em: gaiola de locução, cabina de controle técnico e cabina de rádio transmissão. Tudo isso em lugar de boa ventilação para melhor refrigeração dos equipamentos.
Na verdade, o que observamos ultimamente é que estão surgindo muitas emissoras comunitárias que desprezam a instalação de cabinas e gaiolas, e está apresentando bons resultados e diminuindo consideravelmente os custos de montagem, mas aqui vai algumas orientações para quem quer montá-las.
GAIOLA DE LOCUÇÃO: Deve ter isolamento acústico, iluminação de filamento (lâmpada comum de 60 W), ventilação, mesa que comporte até três pessoas, visão para a cabina de controle técnico, piso atapetado ou acarpetado e área aproximada de 4 m2.
CABINE DE CONTROLE TÉCNICO: Não precisa de isolamento acústico, mas deve ter boa ventilação, iluminação de filamento e espaço suficiente para o operador e equipe de produção se mobilizarem durante os trabalhos numa área de 5 a 8m2. Esta cabina pode dispor de uma cadeira giratória, mesa que comporte os equipamentos de áudio, mesa para a produção (3 pessoas) prateleiras de aço para discos.
ABRIGO DO TRANSMISSOR: Não é conveniente que o transmissor esteja próximo a cabina de controle técnico, pois pode causar interferências (RAMI) no sistema de áudio da rádio. Recomenda-se que o transmissor fique numa outra sala separada para evitar essas interferências.
O conjunto de cabina de controle técnico, gaiola de locução e abrigo do transmissor podem ser montados com divisórias de madeiras e /ou revestidas com material acústico nas paredes e no teto.
Deve-se tomar cuidado na escolha da mesa e cadeiras da gaiola de locução, para que não sejam barulhentas, não se esquecendo que a mesa requer forro de pano para abafar ruidos desagradáveis.
Recomenda-se a instalação desse sistema em imóvel que disponha de linha telefônica para melhor informação e operação dos serviços.
INSTALAÇÕES
Para fazer a instalação e manutenção, procure ter entre os participantes um técnico de eletrônica de confiança habilitado em radiofreqüência. Procure fazer as instalações de maneira perfeita, prática e o mais definitiva possível. É muito desagradável trabalhar no meio de um monte de fios e cabos espalhados pôr todos os lados ou de maneira confusa e provisória. Isso diminui sensivelmente a operacionalidade do sistema.
Eventualmente há necessidade de se calibrar os equipamentos e se estiverem mal instalados podem causar problemas até mesmo no meio de uma produção ou transmissão.
Recomenda-se extrair do quadro de luz uma alimentação elétrica independente dos demais cômodos do imóvel, mas caso isso não seja possível pode-se então utilizar um estabilizador de voltagem e um filtro de linha nas tomadas do equipamento.
As tomadas de energia elétrica, devem ter sua fiação embutida. Os plugs devem estar bem conectados. Cabos sem emendas, mesa bem posicionada, iluminação, discoteca, arquivos, tudo deve estar muito bem planejado e distribuído de maneira funcional, levando-se em conta os projetos que se preocupam com a ergometria.
Providencie 3 aterramentos independentes e distantes um do outro, sendo um para os equipamentos de som, outro para o transmissor e outro para o para-raios.
Todo o sistema em funcionamento não consome mais que 600 Watts/Hora, equivalente a 6 lâmpadas de 100 W, mas recomenda-se que a fiação de alimentação elétrica seja n. 12 flexível.
DISTRIBUIÇÃO DOS EQUIPAMENTOS
Os equipamentos deverão ser distribuídos em uma mesa de operação técnica que deverá dispor de dimensionamento ergométrico, ou seja: os aparelhos deverão estar ao alcance das mãos de maneira confortável e operacional. A mesa terá o formato da letra "U" com 1,80 m de largura por 1,80 de comprimento (quadrada) e ainda terá um vão interno de 1 metro. Seu tampo deverá então ter 40 cm de largura. Terá também a altura máxima de 85 cm e mínima de 80, dependendo do porte médio dos seus operadores, porém nunca fora dessas medidas.
A distribuição dos equipamentos poderá seguir a seguinte ordem: -Toca Discos à direita, fica mais operacional,. Possibilita a visão das faixas e o posicionamento da agulha no disco.
- Mesa de Som e processadores de linhas ao centro. São equipamentos que podem ser operados com qualquer uma das mãos e sempre devem estar em posição de fácil visão durante o trabalho.
- Tape-Decks, CDs, MDR, à esquerda. Torna uma distribuição equilibrada e de fácil maneja.
- Sintonizador, Câmara de Eco, Equalizador, Compressor de áudio, recomenda-se que sejam instalados debaixo dos periféricos da esquerda.
- Fitas, Discoteca, arquivos. Atras do operador, de maneira que se possa ter acesso sem atrapalhar o serviço dos demais.
Obrigado por ascessar-nos e esteja sempre com a gente na luta pela Democratização da Comunicação e na informação livre.
Na próxima oportunidade estaremos trazendo outros temas referentes a instalação de emissora comunitária, como por exemplo os aspectos legais, técnicos e operacionais, equipamentos e até mesmo um capítulo especial sobre linguagem radiofônica em Rádio Comunitária com muitas dicas interessantes.
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